A OFICINA DOS 3 DUQUES



No sábado passado dei um pulo até à Calçada do Duque, em Lisboa, para conhecer o novíssimo Oficina do Duque, restaurante com uma pinta desgraçada e propriedade de dois ilustres leirienses: Mónica Coutinho e Pedro Sacramento. Ao lado dos nossos conterrâneos está o Chef Rui Rebelo, também sócio da empreitada.

Já se sabe que em dia de inauguração a história é mais ou menos sempre a mesma: a malta está mais interessada no champanhe e no vodca tónico do que propriamente nos petiscos que vão rodando entre os convidados. Ainda assim deu para apanhar um ou outro canapé e perceber que ali não se brinca em serviço: ao perguntar a uma das funcionárias se o que eu estava a comer era bacalhau com coentros, ela respondeu que não, mas sim uma “punheta de bacalhau”. Nem mais!

A Calçada do Duque, localizada entre o Rossio e o Bairro Alto, é uma das zonas mais interessantes e graciosas de Lisboa. Por ali encontramos lojas de discos em 2ª mão, livrarias antigas, tabernas genuínas, restaurantes típicos, o concorrido Buenos Aires, pensões muito jeitosas, a cervejaria Trindade e toda a vida noturna da cidade à mão de semear. O restaurante Oficina do Duque fica no topo da Calçada.

O espaço, com capacidade para 32 lugares, é bastante confortável e remete-nos para a ideia “Portugal a gostar de si mesmo” criada pelos proprietários que valoriza os materiais e design nacionais. Na entrada existe um bar-petisqueira onde podemos esperar pela nossa mesa ou então provar os vários petiscos da “Hora Contente” entre as 18h00 e as 19h30. Na sala principal temos vista privilegiada para a cozinha onde o Chef Rui Rebelo e o Sous Chef Theo Lourenço aplicam as técnicas aprendidas com personalidades da mais alta cozinha internacional, tais como Ferran Adriá e Joan Roca. O mais surpreendente aqui, é que mesmo com esta folha de serviços, as refeições no Oficina do Duque são muito em conta. Ao almoço, por exemplo, há o menu Copo de 3 com prato, sobremesa e bebida por apenas 10 paus.

Depois da festa no sábado, tinha de voltar ao Oficina do Duque para experimentar uma refeição como deve ser e sem vodca. Nada como conciliar um trabalho agendado na Hemeroteca que fica a dois passos com um almoço a “preço de operário” - outra boa ideia da gerência. Assim foi. Com o jornal desportivo A Bola debaixo do braço lá fui eu calçada abaixo ao encontro desta nova “Oficina”. A receber os novos clientes estavam a simpática Mónica Coutinho e o Gentleman Pedro Sacramento, casal meu amigo desde os tempos do liceu Rodrigues Lobo, agora confiante em ter um restaurante de referência na Capital.

Na ementa daquele dia constavam: Creme de Cogumelos (1,5 €); Borrego e Puré de Beringela (7 €); Couscous, Legumes Grelhados e Gelado de Hortelã (7 €); Bacalhau, Batata a murro e manjericão (7 €); Hambúrguer com molho de Macieira (6 €); e para sobremesa uma Brunesa de Morango, Abacaxi, Calda de Açúcar, Anis e Canela que a juntar a um dos pratos, mais bebida, constituía o tal menu Copo de 3 por 10 euros.

Abri as hostilidades com o creme de cogumelos que pode muito bem vir a ser a sopa do ano. E não sou só eu que o digo, os outros clientes, incluindo uma mesa de espanholas, estavam maravilhados com a categoria do creme aveludado. Para prato principal escolhi o Hambúrguer com molho de Macieira: bom pedaço de carne de vaca de boas procedências, grelhado, com uma redução de Macieira muito agradável, acompanhado por batata assada e um vinagrete de alface bem puxado. Estava muito bom, mas eu trocava as batatas assadas por umas batatas fritas em palitos grossos ao bom estilo do mítico Snack-Bar O Galeto. Para finalizar veio a Brunesa, uma sobremesa simples, fresca e saborosa.

Ao dar uma vista de olhos na carta dos vinhos, percebe-se uma forte aposta em pinga de qualidade ainda pouco conhecida e a preços acessíveis. O vinho recomendado pela casa tem origem na Herdade do Rocim, este sim muito conhecido pelos portugueses e em particular pelos leirienses. Uma palavra de apreço para a excelente escolha da Cristal como cerveja preta da casa.

Mas atenção que isto é só um apanhado do que aquela casa tem para oferecer. A ementa está em constante mudança e há por aí rumores que apontam o Bitoque da “Oficina” como um sério candidato ao melhor bife de Lisboa. A ver vamos nos próximos dias: é que já tenho aí uma matilha leiriense preparada para atacar o Oficina do Duque ao jantar. Venham daí também!

OFICINA DO DUQUE
Calçada do Duque, 43 A / 1200-156 Lisboa / T. 915 905 215 begin_of_the_skype_highlighting            915 905 215      end_of_the_skype_highlighting
info@oficinadoduque.pt


(Texto publicado na rubrica SABOR do Jornal de Leiria no dia 22 de novembro 2012)

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