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A mostrar mensagens de março, 2012

MADRID

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Na última mostra Kino passou um filme meio alemão meio turco, chamado Almanya, que tinha lá um miúdo turco que ao ir para a Alemanha só pensava em Coca-Cola. Pois, eu percebi muito bem a sensação: comigo passou-se o mesmo, mas em relação a Espanha. Quando em puto fui pela primeira vez a Madrid só não dei cabo da Coca-Cola disponível no aeroporto porque não calhou. O certo é que até hoje essa ideia permanece e até arrisco a dizer que não há no mundo Coca-Cola como a espanhola: garrafa das pequenas, verde, com copo largo cheio de gelo e limão. Isto tudo para dizer que há uns dias andei por Madrid. A capital espanhola há muitos anos que é visitada aqui pelo bloguista ocasional. Não quero entrar naquela discussão Madrid-Barcelona, mas que gosto mais de Madrid, lá isso é uma verdade. E acho que tem mais a ver com as vivências do que propriamente com as características de cada cidade. Um tipo afeiçoa-se mais a umas terras do que a outras. É o que é. Deve ser por gostar mais do Goya

COIMBRA DE MATOS [ENTREVISTA]

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Paciente: Portugal Diagnóstico: depressão desamparada Entrevista de Anabela Mota Ribeiro publicada na revista Pública de 4 de Março de 2012, reproduzida aqui na íntegra: Somos inseguros, imaturos, praticantes da transgressão na sombra, além de desorganizados, individualistas, garbosos, disponíveis. Nós, os portugueses, o que esperamos do chefe, do pai, do protector, é que decida por nós, que assuma a responsabilidade por nós, que saiba sempre a resposta. Mas que resposta para Portugal? O psicanalista António Coimbra de Matos faz o diagnóstico de um país deprimido, que, em crise, se olha desamparado. Coimbra de Matos nasceu em 1929 numa aldeia do Douro. É um dos mais prestigiados psicanalistas portugueses. No seu consultório há uma fotografia dos vinhedos, da terra sulcada, mesmo em frente à porta de entrada. Depois, olhando à esquerda, há a secretária, o divã, o cadeirão onde ouve; e folhas e livros e jornais em quantidade e em desalinho. À direita há dois pequenos sofás ond