LONDON EYE

A primeira vez que andei por Londres foi em 1988 (pouco tempo depois do Coronel Gaddafi mandar rebentar com o Voo 103 da Pan Am ). Nessa altura, levado pela irmã mais velha, não escapou nada: Torre de Londres, Big Ben, Madame Tussauds, Jóias da Coroa, Palácio da Rainha, o Nº 10, o Render da Guarda, os Punks de Picadilly, Museu da História Natural, Harrods, Hard Rock Café, as Cabines Telefónicas e os Autocarros. Até ao Jardim Zoológico eu fui. Tudo em três dias.

Passados uns anos a coisa mudou de figura. Voltei a Londres várias vezes mas com outros propósitos e com outro tipo de guia. E se fazer o circuito turístico é bom, viver a cidade é muito melhor. Nos dias que correm, e sabendo que alguém nos dá albergue, é ela por ela ir ao Porto ver um concerto na Casa da Música e visitar Serralves ou apanhar um Easy Jet qualquer, ver um concerto na Brixton Academy e visitar a Tate.

Desta vez havia Spiritualized na manga, mas a ida do Nuno para a Nova Zelândia foi a principal razão desta jornada.

(A seu tempo darei conta do site do Nuno para irmos acompanhando esta viagem sem limites. Uma odisseia que começa na Oceania e que termina em Portugal. Ou em Londres. Ou não termina. Logo se vê.)


O Metro é a melhor forma de galgar Londres, mas temos de evitar horas de ponta em estações muito movimentadas, caso contrário, ficamos mesmo a jeito de perder o norte. Desta vez utilizámos mais vezes o autocarro: mais barato e sempre dá para ver as vistas.


Enquanto a camarada inglesa (esta parecia mesmo inglesa) lia o Sun, eu ia metendo um olho no jornal dela e o outro na Time Out. Sábado muito tranquilo a caminho de Finshley Road para visitar o Museu do Freud.


O grande destaque cultural da semana: exposição do Degas. Deixámos cair. Fomos informados das filas e do preço - 15 libras ainda dá para beber 3 cervejas japonesas. Mas também ouvimos dizer que vale a pena o investimento...


O famoso divã onde o Freud tratava das psicoses e outros transtornos. O psicanalista apreciava muito a arqueologia: o espaço está repleto de estátuas, estatuetas e mais estátuas. Viveu aqui um ano. Depois da sua morte, foi a filha Anna que habitou a casa até meados dos anos 80.


Ali perto do Freud, podemos fazer uma pausa no Camden Arts Centre para comer uma refeição ligeira, dar uma vista de olhos na livraria e ver uma ou outra instalação.


Camden Arts Centre. Local perfeito para ler o jornal e tomar um almoço tardio. Tipo Centro de Arte Moderna da Gulbenkian em tamanho reduzido.


Finshley Road. Por aqui encontramos alguns institutos de pesquisa psiquiátrica e livrarias relacionadas. Mas também há a Habitat e outras grandes lojas.


À noite fomos explorar Dalston e jantámos num excelente restaurante turco. Neste bairro, um misto de manhoso-trendy, janta-se por 20 libras (com bom vinho espanhol) e bebem-se copos por preços bairro-altistas. Estar longe do centro ajuda no preço mas não ajuda nos transportes. Mas mesmo assim, até o táxi é mais barato.


Em Londres não dá para correr capelinhas. Vai-se a um ou dois bares. Em Dalston escolhemos o Dalston Superstore (mutant disco-gay-friendly-vintage) e o Moustache, uma espécie de Incógnito versão acid-house. Pelo meio apanhámos lojas muito bizarras.


Domingo é dia de Bricklane. Feiras, mercados de tudo e mais alguma coisa e muitas tribos diferentes na rua. Almoçar aqui é dar a volta ao mundo em menos de uma hora. Escolhemos comida birmanesa, japonesa, turca e bebemos cerveja holandesa.


A comida é óptima e muito barata – podemos fazer um mix por 4 libras e até pode dar para 2 pessoas. Depois é arranjar um canto qualquer para almoçar.


Em Bricklane o negócio gira quase todo à volta da roupa em 2ª mão. Mas é preciso ter gosto pela coisa e sobretudo muita paciência para escolher a roupa certa ao preço certo.


Templo indie sempre muito movimentado. Desta vez nem meia libra gastei. Isto não está para despesismos. Até porque estava com a banca dos Spiritualized fisgada.


Bricklane. A zona está cheia de graffiti, muitos deles bem feitos e ilustram bem o movimento mais underground da área. A rapariga encostou-se para dar um jeito na maquilhagem.


Vauxhall. Zona semi-rafeira onde existem alguns locais de culto relacionados com o after-hours. O Fire, por exemplo. Uma estação depois fica o bairro português: Stockwell.


Nada como começar na Tate Britain, apanhar o barco até à Tate Modern e depois voltar a apanhar o barco e acabar o dia no London Eye a ver Londres lá bem do cimo.


Joseph Mallord William Turner. A obra deste homem é colossal e domina a casa da arte britânica.


Exposição apetecível, mas ligeiramente cara. Passámos à frente e fomos rever tudo o resto. A loja da Tate é de perder a cabeça. Mas não perdemos, felizmente.


Lá no fundo avista-se a fábrica abandonada que serviu de capa ao disco Animals dos Pink Floyd. Parece que há um grande projecto para o espaço, mas para já está na gaveta.


Esta foi a excentricidade turística da viagem. Não é barato andar à roda, mas como não havia filas e o anoitecer estava mesmo a pedi-las, lá fomos. E fomos muito bem.


Uma palavra de apreço para o famoso Nando’s: o nosso frango assado a dar cartas no mundo do fast-food. E o espaço tem muito estilo!


Uma boa dica no regresso a casa: a partir das 19h00 as lojas Tesco Express reduzem o preço das sandes e saladas para valores irrisórios por causa da validade do produto estar a terminar. Uma sandes de 3 libras passa a custar 30 cents. E são bem boas.


Agora no Centro. Trafalgar Square como ponto de partida para a National Gallery e National Portrait Gallery.


Boa oportunidade para vermos a Vanessa Fernandes a mergulhar no Tamisa. Muitos locais na cidade estão em obras por causa dos JO.


2500 obras de arte. O melhor é escolher uma ou outra época e deixar as outras para uma próxima viagem. De 1200 a 1900. Muita arte para ver...em vários dias.


A caminho do Soho. Ou melhor, a caminho do Busaba Eathai.


Cá está ele: Busaba Eathai. Um maravilhoso restaurante tailandês no centro de Londres com preços de Dalston. Ali o pato com molho de tamarind é a puta da loucura.


Teatros e musicais fazem parte da vida londrina. Aí está uma das poucas coisas que ainda falta ver. Isso e um jogo do Arsenal.


Chinatown. Bons restaurantes e malas Louis Vuitton a preço de amigo.


A tal cerveja japonesa. O Royal Albert Hall é assim a fugir para o «fino». Spiritualized prestes a começar.


Space Rock. 2 horas e pico de concerto numa noite memorável. Em Março vem aí disco novo e pela amostra parece que vai dar muito que falar.


O nosso albergue. Obrigado Nuno. Obrigado Joana.


Tirei mesmo só para a fotografia. Estas viaturas são para outro tipo de turista. Árabes, por exemplo.


Gatwick Express rumo ao aeroporto.













(Fotos sacadas com um BlackBerry Curve 8520)

Comentários

  1. Estou mesmo a precisar de uma fugidinha destas. Esta cidade está sempre a chamar por mim... Hum... daqui vou espreitar a ryanair!

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  2. Super nice reportagem fotografica! Uma Londres totalmente desconhecida para mim... mas ainda bem, é sinal que tanto ainda há para descobrir! beijo

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  3. Os Spiritualized têm que visitar o nosso cantinho em nome próprio! No Primavera já é bom, mas numa Aula Magna/Coliseu seria bem melhor.

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  4. Completamente de acordo. Agora com o Primavera ainda vão ter algum protagonismo, mas há 3 ou 4 anos (nem sei bem) passaram completamente despercebidos ao final da tarde no Alive - e deram um concerto do cacete!

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